"Juntas somos Gigantes"

Foto: Fernando Frazão
Estava aqui pensando no caso do ator José Mayer e do cirurgião plástico e ex BBB Marcos e de tantos outros casos de assedio ou violência contra mulher. E a violência é um caso tão absurdo que ocorre nos lares, lugares e com as pessoas mais improváveis de se suspeitar. Há algum tempo a escritora cristão Joyce Meyer revelou que o seu pai abusou dela pelo menos umas 200 vezes, e usou inúmeros momentos da ausência da mãe para fazer isso.
           
            O abuso sexual é algo tão vergonhoso que ninguém fala sobre, e no Brasil, a cada 12 segundos uma mulher é assediada ou violentada de diversas formas, conter até 12 e terá mais uma, serão aproximadamente 5 a cada minutos, cerca de 100 enquanto eu escrevia e mais algumas enquanto você lia este texto, e antes de terminar de ler terá sido mais uma e outra assim que parar de ler e for pensar a respeito, e assim o número só irá aumentar, como num ciclo vicioso, uma bola de neve que se amplia assustadoramente pelas vezes em que não comentamos o assunto e sobretudo pela impunidade, pela ausência de um grito de socorro e até mesmo pela falta de olhos e ouvidos atentos para o outro, já não somos mais pessoas com quem outras pessoas querem se abrir. Estamos mais aptos em fofocar à ser abrigo para quem preciso.

             Talvez lendo esse texto haja quem se identificará por já ter sofrido abuso, por estar sofrendo, e há também quem ainda é só um alvo ainda inalcançável para essa violência que começa das formas mais sutis no escritório do trabalho, na sala de chefe, na sala da faculdade, na balada quando algum mané se acha no direito de chegar pegando apenas por a menina estar com uma roupa curta. Ainda não entendo a lógica dos dias atuais onde a mulher é vagabunda e a culpada pelo abuso e violência sofrida pela roupa que veste. Como também não vou nunca ser capaz de entender quem sente prazer no desprazer, com a dor e na fragilidade do outro em algo que deveria ser uma coisa mútua.

            A cada 12 segundos uma mulher a mais revela que sim, isso é uma luta de todos, 12 segundos é mais uma mulher para nos dar certeza de que isso pode chegar a nossa porta, como pode ter acontecido com pessoas próximas a nós que ainda não teve coragem de nos contar, de pedir ajuda, de gritar por socorro, de gerar em mais pessoas a revolta com a impunidade...

Porém ainda espero que tal agressão, tal desvio de caráter e personalidade não precise bater em nossa porta, ou abraçar um dos nossos amores para nos inquietarmos o bastante para notarmos a extensão do problema, para entendermos que a luta de uma a cada 12 segundos também é nossa, precisamos sim  ter um  lado, precisamos sim vestir a camisa, precisamos de uma posição, e precisamos lutar sem que haja vítimas especificamente ligadas a nós se não fizermos isso seremos alguém na lista, alguém a mais em um conjunto de muitas, lutarmos jutos não é feminismo é união fazendo força para exigir o respeito e o limite que nos cabe, lutar para que cada vez mais pessoas não se sintam inseguras ao sair de sua casa

             E a luta começa em casa, começa em ensinar o filho  a receber um “não” em não erotizar TUDO. Em ensinar limites e a respeitar os limites do outro.. Em ensinar a  menina a exigir que seu corpo seja respeitado.. Sem essa de “ segura suas éguas que meus cavalos estão soltos”.

Toque.. beijo... sexo... carinho sem consentimento é violência... NÃO CONFUNDAM A REALIDADE!

 Estupro não é sexo, estrupo é violência, violência não traz orgasmos.

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