3 dias de silêncio

O mestre havia morrido, seu corpo havia sido pregado a uma cruz de madeira ele foi torturado, agredido, sofreu açoites. Seu sangue havia sido derramado e agora Ele estava lívido, frio e sem vida... o que antes eram sábias palavras ou o burburinho que sua presença trazia foi substituído por silêncio, não um silêncio qualquer, mas o silêncio que estremece a alma e revela quão nobre era conviver e partilhar com Ele. Um silêncio que amedronta, desorienta e angústia... e foi assim por 3 longos dias... Tenho aprendido no silêncio e em silêncio coisas que quaisquer palavras já conhecidas ou imagináveis pela humanidade podem revelar, transcrever ou traduzir...                       A primeira delas é que não nos acostumamos a ele, por mais que tentemos o silêncio sempre será como o monstro debaixo da cama ou o bicho papão da música de ninar ele sempre irá nos amedrontar, poderemos até seguir fingindo não temer mas o conhecimento que nosso medo tem de nós e maior que o quanto nós julgamos nos conhecer... A segunda é que ele incomoda. Se nossa agitação incomoda as pessoas o silêncio é potencializador de incômodos. Quer fazer as pessoas te notarem? FECHA A MATRACA...                                                                                                                                      A terceira é que silêncio e ausência estão diretamente ligados, podemos não nos ausentar fisicamente mas o mundo parece não fazer sentido. Caímos na primeira lei de Newton.... Inércia. Estar em silêncio e paralisar nosso desejo de resolver tudo e simplesmente ver tudo sem se sentir participante ativo do que acontece. Foi assim que o mestre ensinou o que talvez foi a maior lição ligada à sua existência... Ele se calou e se ausentou por 3 dias para que uma humanidade pudesse viver gritando a plenos pulmões que seu amor de tão grande. Alto. Fundo. Largo sempre seria notório, porém seu silêncio e sua inércia desorientadores... não há palavra que não seja antecedida por silêncio tão pouco música que não seja comporta por silêncio e som... e como se medo e desejo, silêncio e som fossem o lado bom e mal de uma mesma moeda... Porém somos mimados queremos colocar seu mover em uma maldita caixinha de rótulos, denominações e paradigmas feitos por mãos humanas. E esquecemos ou porque não dizer fingimos esquecer que seu poder e agir são ilimitados. Se ele deixou claro que não habita em templos feitos por mãos humanas porque esperamos que ela se manifeste mediante nossa tola expectativa...?
Que tipo de criador segue a fio as ordens de suas criações? Pode por acaso um chefe receber ordens de seus funcionários? Silêncio angústia porque estamos sendo privados da razão e Com certeza ensinados nos desertos. Estamos rompendo o conforto, deus está a cercar com espinhos nosso caminho exatamente como fez nos tempos de Oseias para nos aquietarmos em seus braços, olharmos em teus doces olhos, para ouvirmos sua meiga voz de pertinho para que ela nos seja clara...

Deus sempre nós verá como vasos, mas ele também sabe ver quando nossas águas estão rotas a forma adequada de a purificar... E ele se concentra nisto e se cala. Silêncio só dói porque estamos sendo tratados. Silêncio cria em nós paciência de entender que nem tudo é sim ou não de ímpeto. Ele não é nem um "sim" e também nunca foi um "não" mas é sem dúvida um "espere que estou melhorando pois não dou nada limitado” ... Se deserto e escola. Silêncio é a prova. Se deserto e preparar a terra para a promessa o silêncio e o plantio da promessa. É o reajuste de algo que pode ser melhor então no silêncio devemos nos apegar ao que temos até então pois a ressurreição vem mas são necessários 3 dias e acredite ainda que para nós seja longos e incontáveis anos O SILÊNCIO DE DEUS NUNCA DURA MAIS QUE 3 DIAS

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O maior vilão sou eu

Abraços que nos reiniciam...

luto de amor...