INFELIZMENTE

Não, eu não aprendo,
talvez goste de sofrer
quão menos você ama
mais eu gosto de você
parece coisa feita
preciso da receita
para lhe compreender

Ando desnorteado
não sei qual rota seguir
se corro vou andando
se subo tendo a sumir
quando caio não levanto
sorrindo fico tonto
tenho medo de cair


Essa folha ao vento
vã, seca, desbotada
levada pela brisa
é minha sina pirada
meus tristes desenganos
os momentos insanos
dessa vida coitada

Acaso o amor é faca
punhal buscando ferir
corpo despedaçado
medo querendo fugir
uma boca banguela
pedaço de flanela
restos de abacaxi?

Mas não devia ser flor
jardim com borboletas
sorrisos cor de rosa
na borda dos planetas
tempestade de prazer
esse nunca mais sofrer
na dor das baionetas?

Infelizmente, porém,
amor é tão-só quimera
tanto ter como perder
é falta da primavera
num verão que maltrata
doer que nunca tarda
ternura que já era

Quem é feliz para sempre
qual casal nunca chorou
sombrio, desencontrado
ao término do amor?
Não precisa ser assim
amar não deve ter fim
vem, volta logo pra mim!


Gilbamar de Oliveira Bezerra

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O maior vilão sou eu

Subindo o Moriá - Mirtes Mathias